A oficina irá possibilitar a
exploração do uso de materiais culturais na performance. Os participantes irão
trabalhar em estreita colaboração com Michelle e em pequenos grupos para
explorar métodos de estratificação dos conteúdos que trouxerem para a
performance. Será criado um trabalho multidisciplinar com demonstrações curtas
que serão compartilhadas entre os participantes, explorando uma variedade de
modos de presença, as relações espaciais entre o performer e público,
explorando nossa percepção sobre conteúdos culturais.
Michelle desenvolve um
trabalho combinando dança / movimento, som, instalação e projeção de vídeo. Ela
é licenciada em Estudos da Performance pela Universidade de Sydney e foi
professora na Edith Cowan University, na Austrália. É radicada em Londres, onde
desenvolve a maioria dos seus trabalhos artísticos.
Atividades:
Carla Vendramim: Então a
primeira tarefa é escolher um material o qual possa fazer parte da sua
trajetória ou cultura pessoal. Em termos de materiais, pode ser um vídeo, um
objeto, um texto… enfim… pense em algo que faz sentido para vc.
Dia 03/10/2014
No encontro só tinha
mulheres Michelle só falava em inglês e para mim a dificuldade de entender e me
expressar começou quando a Carla me falou que ela só falar em inglês, mas Carla
me acalmou dizendo que ela iria me traduzir. Ficamos em roda no sentadas no chão
e conversamos sobre os objeto, e sua importância para cada uma, Carla falou de
sua avó e levou um terço que a vó tinha
feito com pedras e a cruz quebrada, para ela a cruz quebrada tirava o peso da
religião, Ana levou um poema que remetia a Medeia, Nury levou duas bonecas
construídas por mulheres de uma instituição de manicômio, eu levei dois objetos
um brinco da minha vó e um vídeo que fiz no verão, deste mesmo ano em uma
visita, descrevi para o grupo a dificuldade em achar meu objeto e que minha
escolha do brinco e do vídeo foi porque estava em um processo de criação que
ela era parte e já queria fazer conexões com os objeto que remetessem minha
vó.
Michelle nós falou sobre a
importância do objeto e que ele diz muita coisa e que o performer serviria de
suporte para o acontecimento neste caso de integrar ao objeto no ato
performático.
Com isso terminou o encontro
e ficando expectativa do que viria no dia seguinte já combinamos de ficamos
juntas até no horário do almoço e decidimos fazer um piquenique para nos
entrosar mais e compartilhar as experiências.
04/10/2014
Pensamento que vieram a tona
neste dia “ Eu sou a minha bagagem cultural, passando por tudo que já trilhei,
as viagens os encontros e desencontros, tudo.
Michelle –Porque trabalhar
com alguma coisa?
-O performer não ser o
elemento central
-Que discurso faz sentindo
hoje?
-Como a performance pode dar
apoio ao material?
-Porque o objeto fala por
ele mesmo?
-Como contar uma história
através do objeto sem que a pessoa esteja lá?
-Conectar com o público ao
material, a performance do corpo presente. O performer fala com o público assim
como eu estou falando com vocês a partir do abstrato, como se fosse múltiplas
visões sobre a mesma ação. A performance é quando o espectador é atingido pelas
impressões e com isso faz o próprio significa e identifica então com o material
proposto pelo o performer.
Ela comenta que fez uma
performance com várias projeções com material histórico, em uma sala e que ela
tocava violão selo.
O material é o elemento
principal desta descoberta performática, é a linha condutora que costura
camadas de sentindo.
Como
chegar na performance partindo do objeto:
Eu e Carla compartilhamos as
relações sobre os objetos que levamos eu o brinco e ela o colar, nós estávamos reproduzindo
em símbolos nossas avós e alguma de suas características em colocar em cena o
objeto e deixando que ele conte por si só sua trajetória.
Contei para a Carla sobre os
segredos de minha família e que alguns não eram revelados e que o objeto me
remetia a lagrimas que a primeira imagem foi em colocar ele na boca, que
representava segredos não ditos.
Carla experimento na boca
para agente ver como ficaria plasticamente imagem, e ela foi me ajudando a
construir minha imagem aos poucos e conversando sobre a experiência.
Ficamos um pouco expondo
nossas histórias e até que Michelle veio para saber se agente já teria afinado
nossa percepção sobre o objeto. Com isso falamos as imagens que nos veio, e ela
sugeri-o foto dos brincos que eles fossem de alguma forma para a boca de Carla
que me ajudou a estar em cena compartilhando a performance.
Michelle tirou 3 fotos e
compilou em um programa para que ficasse em looping e com essa imagem eu
projetava nos olhos da Carla passava para o rosto dela até chegar na boca dela.
Que simbolizava as coisa não ditas da família.
Partindo disto eu fiquei na
sala escura com a projeção e comecei a investigar as possibilidades que a
projeção e o objeto podiam me proporcionar em corpo e movimento, Michelle pediu
que eu não tivesse movimento expandido, era tudo interno que pequeno.
A projeção de minha emoções,
a respiração profunda o pé que mexer partindo disto, as mãos que se encolhem, o
sorriso a secura da garganta minha salivação viscosa e seca que lentamente descia
pela garganta, era difícil de engolir, todas esses movimento partindo de dentro
para fora em pequenos e intensos movimentos que partiram da projeção, onde eu
estou posicionada ao lado, ou na frente.
As interferências das
imagens vieram a partir da projeção que deixou ecos em mim de pequenos
movimentos. Eu me coloquei no meio da projeção para interferir com meu corpo na
projeção e submergir dentro dela.
Porque escolhi esse objeto e
este vídeo?
O que eu queria escutar?
Que segredos eram esses que ninguém
tinha escutado?
Quais eram os desejos que estavam
ali naquela escolha?
O corpo que puxa para baixo
e para os lados eram como um estilhaçar do corpo em várias direções e que roupe
com as coisas que tinham que sair que ficaram escondidas no dna.
Experimentei a projeção, eu
na lateral da projeção, uma planta no meio das pernas, os cabelos no rosto, deixando-me
levar pelos movimentos contidos enfatizando os segredos.
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