As histórias que o pai do
Lumilan falava a vontade sobre o passado e seu presente.
A grande maioria dos comércios
tem o nome próprio tipo, Fernanda, todos conhecem a proprietária etc.
Hervalenses falam os seus
nomes completos, Lumilan Noda Vieira.
Por conta da revolução farroupilha de 23, ditadura, movimento de legalidade onde o Brizola encabeçou este
movimento e foi cassado pela ditadura.
Herval sofreu a ditadura
muito grande, é uma cidade pelejadora, atuando contra os rebeldes porque Herval
poderia patrocinar o comunismo, Herval remói o passado, sinal de que foi importante, cidade fronteiriça com o Uruguai, por isso a militância tinha medo
de Herval.
Vó por parte de pai plantava os umbigos no pátio para sempre ter os parentes próximos, minha mãe guarda os dentes em
um potinho. (Thiago)
Ai nem sei se tem mais os
umbigos lá, mas sei que a gente tinha que tirar para das para as mães.
Sentimento de coletividade, "Herval não vai para frente".
Segunda vez em Herval, o tradicionalismo
é tão forte que as pessoas são conduzidas. Lembramos da lida do campo (gado),
sem ter tempo para papear e pensar sobre a sua história. Reproduzir uma história
que nem sabe se é verdade, contos que se eternizam por anos na mente e nas
crenças da população.
“Quem conta um conto aumenta
um ponto”...
Um Hermes Herval o juiz das cantantes
juvenis, que narra na rua com microfone -Convite para festa ou Convite para enterro...
pesquisar uma vocalidade.
Cena do menino com mão no bolso, tirar e colocar, cultura nativista, fala sobre expressão corporal em que jurado reprime a ação dos guris.
Aline. Ela é o contraponto da
gente, ela se urbanizou e voltou para
cidade,
Porque que voltam a Herval?
A cidade tem muita
resistência com o novo de que o novo vai apagar a história,
Clarecí - eu vou escrever uma
peça de teatro para ti, o nome da peça que Clarecí escreveu para Lumilan “Casa
de bonecas”.
Mentalidade de própria
repressão sobre comportamento em Herval;
O que os outros vão dizer?
"Eu to com frio, mas vou
sair de moletom porque o que os outros vão dizer?"
"Honra essas bolas que tens
no meio das pernas... do gaúcho. Futebol é pra homem."
O que queremos falar?
Lumilan -
Quando envelhecemos me diz sobre um medo de envelhecer, e como eu acho isso injusto, das coisas terminarem se
degradando. É impossível não se falar de morte, sentindo da vida e pensar em o
que é a vida, como é difícil não ter certeza de nada.
Tatiana -
Uma relação de percepção de
tempo, que tempo é esse, de amadurecimento, de definhar, de amadurecer até
definhar, e que isso é parte da vida né. A vida no sentido de existir no mundo,
fazer parte do mundo e depois de dissipar.
Essa permissão de ser mais velho também, porque as vezes me parece que
ser velho não é possível, agora nesse momento, ser jovem é mais importante...
ai velho é uma coisa ultrapassada, parece que as pessoas velhas não tem mais
importância, e aí então gera essa cobrança, a gente ta sempre se transformando
corporalmente pra ser jovem, sendo que faz parte da natureza envelhecer. A
gente ta num momento em que ser velho é não ser mais útil a sociedade, parece
que acabou a minha contribuição. Essas camadas do nosso quando envelhecemos tem
essa coisa da galera em nossa volta, tipo família, amigos, conhecidos... todos
estão fazendo parte de uma forma ou outra desse envelhecimento, pois isso é uma
coisa que vai acontecer pra todos nós, se a gente não morrer antes é claro.
O que é ser útil?
Por que se precisa ser útil?
Necessidade que o ser humano tem em se sentir útil. Em Herval, quando eles
deixam as pessoas serem úteis? Condução excessiva por um comportamento.
Cenas
1)
O cara radialista, inspirado no cara do CTG,
que narra os acontecimentos. Microfone. Possibilidade de ele servir como um elo
condutor. Cara de Alice.
2)
Lumilan - Contar história enquanto toco gaita
como recurso. Contar história do meu tio com a gaita. Bombacha, alpargata,
boina, lenço e camisa, cores: marrom, cinza, cor crua, couro, azul marinho,
vinho.
3)
Lumilan - Contar história do avô,
caminhonete, sangue. Sangue é lã da baba antropofágica.
4)
Cena contando história com objetos, fazendo
morrinhos no chão com erva mate “aqui está Herval, uma cidade no meio dum monte
de morrinhos”.
5)
Tatiana na Roca com o vestido vermelho, com o
texto que resgatou no dia que foi visitar sua vó.
6)
Tatiana faz movimentos em desequilíbrio na
bacia vestida de homem. Pode ter projeção.
7)
Tatiana, fotografia projetada no
não-movimento com os brincos. Brincos na boca.
8)
Canções de ninar. Qual a primeira música que
tu ouviu? Da oficina que a tati fez com a vick.
9)
Um Hermes Herval o juiz das cantantes
juvenis, que narra na rua com microfone
-Convite para festa ou Convite para enterro... pesquisar uma vocalidade.
10) Cena
menino mão no bolso tirar e colocar, cultura nativista, falar em expressão
corporal onde jurado reprime a ação dos guris.
11) Cena
do convite para enterro do Lumilan na voz do Hermes, quando meus pais brigavam
comigo eu ficava imaginando como seria se eu morresse, as pessoas chorando por
sentir a minha falta.
12) Meu
nome é Tatiana porque quando eu era pequena minha mãe... contar uma história,
aí a pessoa grava o teu nome a partir da história e não simplesmente pelo nome.
Meu nome Lumilan tem o seu nome porque seu pai achou em um livro antigo de
história indígena esse nome e o colocou no pia.
13) Áudio vó de Lumi contando historias sobre as
brincadeiras com as boneca, em cena possibilidade; de uma animação de boneca
projetada e o ator dançando o áudio e se misturando com a projeção. Relação
casa de bonecas que é o texto teatral que a professora clareci deu pro lumi,
sendo que ele nunca montou porque nunca soube como montar. Aí ele monta a cena
com bonecos, inspirado no que ele lembra e na historia da casa de bonecas que
sua avó lhe contou. Pois só agora, com referencia de uma história contada por
sua avó é que ele conseguirá montar. No teatro eu aprendi que tudo o que a
gente for fazer tem que ter verdade, tem que ser de verdade, por isso não fez
sentido pra mim o texto naquela época, e eu acabei esquecendo. Agora, essa
história da minha vó é verdade que eu preciso pra montar a cena. O texto da
Casa de bonecas: Todos os dias, uma menina passeava com a sua mãe e cruzava em
frente a uma loja onde tinha uma boneca. A criança sempre que passava na frente
da loja pedia para a mãe para que ganhar aquela boneca de presente, mas a mãe
não tinha dinheiro e dizia para a filha que não poderia comprar. A menina
então, passou a apertar os olhos toda a vez que passava em frente a loja. Um
certo dia, quando menos esperava a menina ganhou da mãe a boneca e, para a sua
surpresa, a boneca falava, andava e cantava música.
Cronograma de atividades:
Qual é a cor? Lumi –Pele, madeira, verde
grama, verde erva mate, amarelo de bem me quer, vermelho.
Tati – Verde mato, azul céu, vermelho
bife, marrom couro, marrom cor de galinha caipira, branco, flitz.
Qual é o cheiro? Lumi –Erva mate,
esterco de gado, milho, carne assada, cebola assada, sabonete, perfume de vó,
naftalina, pão feito em casa, doce feito por vó, fumaça de caminhão, flitz.
Tati –Cheiro de estábulo, mato pós
chuva, pão feito em casa, perfume de vó alfazema, café passado na hora, fogão
lenha, sabonete Fhebo, fumaça de fogueira.
Qual é o gosto do espetáculo? Lumi
–Ambrosia, doce figo, pêssego com bicho, cebola assada, churrasco com sal
grosso, cachaça.
Tati –arroz com leite, doce de abóbora
com cravo e canela, café preto, arroz com feijão, pão feito em casa, churrasco,
cerveja, vinho.
Qual a musicalidade do espetáculo?
Tati: ruídos quaisquer, fala das vós,
violão, teclado, gaita, Teixeirinha, água, cachoeira, copo, mar, navio, trem.
Lumi: gaita, violão, ruídos de ambiente,
pássaros, carros, patas de cavalo, rádio, música A desconhecida, teclado, água,
talher que bate na louça, tosse, xixi.
Que objetos?
Tati: roca, vestido vermelho, roupa masculina, bacia,
brinco, cadeira, projeção, máquina de fumaça, instrumentos, copo com água, café
passado, arroz e feijão cru, mochinho, fotografia, mini tearzinho, caixinha,
gaiola, moldura.
Lumi: gaita, violão, vidro de perfume, cadeira, banco,
bombacha, camisa, buena, teclado, alpargata, sabugo de milho seco, osso,
máscara azul.
Práticas
corporais: aquecimento para levar a um estado,
vocalidade-corporea; filmar as ações;
Falar vinte minutos sem parar, momentos
de parar para escuta o outro;
Contar histórias sobre como seu nome
surgiu;
Lembrar
de canções de ninar e colocar 3 ações para essa canção;
Ir
para as cenas;
post por Tatiana Duarte e Lumilan Noda